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ESG – O cliente neste contexto, e o caminho para as organizações

O cliente é a parte interessada relevante de qualquer organização.

Aqueles que lucram com investimentos querem empresas perenes, ou seja, que não ofereçam riscos de disrupção e que sejam sustentáveis. Os que dependem dos que investem precisam atender suas demandas para obter investimentos. É neste contexto que ampliaremos o debate sobre o ESG.

Investidores/ Clientes de gestoras de fundos de investimentos querem reduzir seus riscos de perda monetária. O cliente/acionista de grandes empresas tampouco querem perdas monetárias. Diante do dilema, o setor financeiro saiu na frente, e então o caminho, o padrão ESG, foi imposto.

A partir de estudos, a ONU concluiu que, apesar das metas e objetivos de sustentabilidade (17 ODS) já serem conhecidos mundialmente, não estamos sendo ambiciosos o suficiente como sociedade para alcançá-los.

Porém, encontraram por via do mercado financeiro, uma grande oportunidade para avançar com os objetivos sustentáveis da ONU. É inegável que, quando “dói no bolso”, toda organização, reage!

Vamos a alguns fatos:

Em Dezembro de 2019 a Comissão Europeia divulgou o Acordo Verde Europeu ou Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal). Tal pacto é um conjunto de políticas e estratégias articulado pela Comissão Europeia a fim de conter a ameaça do aquecimento global.

O acordo é, por um lado, uma tentativa de reduzir emissões de gases de efeito estufa, e por outro, gerar emprego e impulsionar inovações.

Há uma meta ambiciosa neste pacto, a União Europeia (EU) tinha como objetivo atingir as emissões líquidas zero de gases de efeito estufa até 2050 – impacto neutro. Para tal, deveria ser estabelecida a “Lei do Clima”, a qual foi apresentada em Março de 2020.

A Comissão Europeia adotou a sua proposta de Lei Europeia, a “Lei do Clima”, mas em Setembro de 2020 a Comissão adotou uma proposta que alterou a sua proposta inicial, revisando a meta de redução de emissões da União Europeia, de, pelo menos, 55 % até 2030. O fato é que a UE está fortemente empenhada em alcançar a neutralidade climática até 2050, devendo já apresentar resultados em 2030.

Em Janeiro de 2020 o Fórum Econômico Mundial de DAVOS lançou o MANIFESTO DE DAVOS, sendo este um manifesto sobre o propósito universal das empresas. Ele “dá o tom” para todos os líderes empresariais mundiais e trouxe a urgência e relevância das questões ambientais, sociais e de governança, e é a partir daí que o ESG entra em cena com força total no mundo inteiro.

Foi imposto às empresas a criação do capitalismo de stakeholders (foco nas partes interessadas), como modelo econômico a ser seguido por aquelas empresas que desejam deixar uma marca positiva no mundo, compartilhando valor, com foco na redução de riscos, não mais se limitando a riscos financeiros, mas riscos ambientais, sociais e por falta de ética.

Em seguida ao Fórum de DAVOS, ao ter acesso ao relatório de DAVOS a BlackRock – maior fundo americano de gestão de investimentos, anunciou que um portfólio sustentável fornece ao investidor um crescimento mais estável e de longo prazo.

Para tanto, é necessário que empresas de padrão mais elevado tenham Responsabilidade Corporativa, Compliance e práticas comerciais mais consistentes, que reduzam riscos, incluindo suas cadeias de valor, impondo aí um movimento de transbordo de requisitos para outras partes interessadas, dentre elas, fornecedores e terceiros.

A BlackRock mostrou que os acionistas/ investidores estão sendo exigidos e até pressionados pelos regulatórios e pelo mercado, para que eles gerem mais valor e não apenas mais lucro sem sustentabilidade, ou seja, sem pensar nas gerações futuras. O ESG passa então a ser imposto às organizações pela via financeira.

Os países para fazer “negócios” firmaram acordos coletivos para atingir os objetivos de sustentabilidade, os ODS. Para se obter empréstimos, os bancos (que fazem uso de recursos oriundos de fundos de investimentos) passarão a avaliar as empresas pela ótica ESG, não somente banços financeiros.

Empresas que querem ter suas ações valorizadas na bolsa de valores (B3) serão avaliadas pela ótica do ESG…. tudo é pautado no ESG. Um caminho sem volta e com direção para o futuro sustentável!

O ESG é um padrão de avaliação que visa identificar as organizações em relação às suas ações e Desempenho, relativas ao Meio Ambiente, ao Social e de Governança, com o intuito de reduzir o RISCO aos investidores para não cairem em “ciladas”, com organizações que oferecem riscos, por não serem sustentáveis, e lhes impor perdas financeiras.

O que muda para as empresas?

As empresas deverão incluir, incorporar em sua estratégia, questões de Meio ambiente, Responsabilidade Social e Governança, além de demonstrar melhor desempenho através de práticas sustentáveis.

As certificações, as normas ISO de Diretrizes e de Gestão (Qualidade, Meio Ambiente, Saúde e Segurança, Compliance, Anti Suborno, Riscos, Gestão de Energia, Responsabilidade Social, Gestão da Inovação e outras) são grandes aliadas à transformação das organizações para melhorar seu desempenho, na tônica ESG. Elas “conversam” com os ODS ́ s.

A Qualidade, que está intrínseca no “S” do ESG continua sendo requerida. Vamos lembrar que o CLIENTE é quem consome o produto e todo produto é feito para um cliente.

O cliente vem sendo “educado” para analisar as organizações, para além de seus produtos e serviços, e isto envolve obter produtos e serviços de empresas que agregam valor, empresas Sustentáveis.

A sociedade faz suas escolhas, e neste sentido, a frase de Sam Walton – fundador da maior rede de varejo do mundo, Walmart, entre outras marcas, volta a ter peso: “Existe apenas um chefe, o cliente! Ele pode demitir todos na empresa, desde o presidente, simplesmente gastando em outro lugar”.

Se o mercado consumidor, o cliente, avaliar uma empresa de forma negativa, ele tem o poder de tirá-la do mercado, ainda que seja bem-sucedida, que tenha um produto ou serviço já consolidado.

Foram os clientes que preferiram o Uber, ao invés dos táxis. Eles mesmos, trocaram as locadoras de fitas de vídeo pelas plataformas streaming, trocaram a Wikipédia por outras plataformas de informações, trocaram bancos consagrados por bancos digitais…

As empresas precisam estar atentas, inovar, reduzir o risco de disrupção, inclusive. Outras empresas podem se apresentar com produtos inovadores e engolir gigantes consagradas.

Atrelado a isso, vem a questão do capital humano. As organizações precisam estar atentas, porque se não trata bem seu funcionário, se não reter seus talentos, eles também vão embora, e com isso, levam o conhecimento organizacional, o arcabouço que faz toda diferença para seu know – how.

O funcionário também é um potencial cliente que está a avaliar as organizações pelo prisma ESG, ainda que ele não esteja consciente disso.

O ESG veio para ficar!

Apesar de nem sempre fazer parte da lista de prioridades das organizações de pequeno e médio porte, questões ambientais, sociais e de governança, o ESG vem como o direcionador do caminho a ser seguido. Grandes organizações, em geral clientes, também lhes farão o transbordo de seus requisitos, e elas são as geradoras da mudança que se espera. Atrelado à isso, a necessidade de recursos financeiros que qualquer empresa necessita (crédito e capital de investimento), o impulso que precisava está dado. Não tem como ser diferente!

Minha opinião:

Sendo eu uma profissional da área de Sistemas de Gestão, me sinto muito otimista. Transformar as lideranças, as pessoas das organizações, orientar para a necessidade de criação de cultura de Excelência e Sustentabilidade não é uma tarefa fácil, mas com esse aporte que traz o ESG, creio que haverá mais agilidade das organizações no interesse destes temas, mesmo que inicialmente seja por motivos financeiros.

Com o tempo perceberão que ser sustentável é o caminho para obter lucros e a tão sonhada perenidade nos negócios!

Qual o caminho para as empresas? Comece entendendo que é preciso ter os temas ESG na estratégia do negócio!

Atenda aos requisitos de Sistemas de Gestão padrão ISO (14001 – Meio Ambiente, 45001 – Saúde e Segurança Ocupacional, 9001 – Qualidade, 26000/ ABNT 16001 – Responsabilidade social, 37301 – Compliance, 31000 – Riscos, 37001 – Anti Suborno, entre outras…), identifique as necessidades e expectativas das partes interessadas relativas ao contexto da organização e entenda que ter uma certificação não é necessariamente garantia de melhor Desempenho.

Comprometa-se desde a estratégia do negócio, defina Objetivos e metas relacionadas aos ODS atrelando-as aos seus Sistemas de Gestão, trabalhe na redução de riscos, avalie seus resultados, reaja a eles. Mãos à obra!

Josiane Lopes

Equipe Target-Q Consultoria e Treinamentos

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